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terça-feira, 6 de abril de 2010

LSD e Computadores: Como o Vale do Silício Nasceu em meio a psicodelia..



Ken Kesey and the Merry Pranksters on Kesey's International Harvester bus. (Creditos de Imagem: CIO Magazine)


A CIO Magazine postou um pequeno artigo sobre o livro de John Markoff entitulado: O que o rato porteiro disse: Como a contra cultura dos anos sessenta moldou a indústria da computação pessoal.

O artigo traz um trecho do livro que relaciona algumas instituições próximas ao berço da informática que testavam legalmente a droga para tratamento de esquizofrenia, e como "expansor mental". Estes testes foram responsáveis pelo primeiro contato que alguns dos tycoons do vale do silício tiveram com a droga. Dito isto, markoff conclui que com certeza as experiências desse pessoal influenciaram suas epinfanias comunais que culminaram no surgimento da computação pessoal como a conhecemos hoje, e mais tarde, o sistema de criação de softwares open source.


Não é segredo que o Governo Norte Americano fez uma série de teste com o LSD, procurando possíveis utilidades como expansor extra-sensorial e até mesmo como arma química. Um incidente que apenas recentemente veio a tona mostra até onde eles foram capazes de levar esta premissa: todo um vilarejo no interior da frança, Pont-Saint-Esprit, teve seus pães borrifados com a doçura, que também foi borrifada em forma de um fino aerosol na brisa que notóriamente varria a cidade todo dia. O resultado: histeria e pânico generalizado, suicidios induzidos por paranóia e dezenas de internações em asilos, como era de se imaginar.

Na época o incidente foi atribuido a uma contaminação dos pães por um fungo, o produtor do LSD natural. Recentemente se descobriu que tudo não passou de uma brincadeira de mal gosto orquestrada pela CIA (claro, quem mais?).


Bem da verdade é que o LSD é uma droga perigosa quando usada sem informação. Até mesmo a National Geographic se atreveu a produzir um episódio do aclamado "National Explorer" considerando os prós e os contras da parada, e questionando seu potêncial como a droga da futura redenção criativa. Ressaltando que com a informação e instrução correta, é considerada um potente aliado da criativadade e percepção humana. Como qualquer moeda, esta tem seu dois lados. Agora, é preciso reconhecer: a proibição é o que leva a falta de acesso informação, impedindo o uso educado da droga (mas não o uso em si).


A próxima vez que estiver com os dedos coçando pra twittar algo inspirado, mas estiver seco das idéias, lembre-se dos pioneiros de Silicon Valley, mas não se esqueça do pobres aldeões franceses em suas camisas de força.


Titulo original do livro: John Markoff. What the Doormouse Said: How the Sixties Counterculture Shaped the Personal Computer Industry (Penguin 2005).


PS: Doormouse ou "rato porteiro" é uma alusão à "Alice no país das Maravilhas", conforme esclarecido na infame faixa "White Rabbit" do Jefferson`s Airplane: "Remember what the doormouse said: feed your head." (Lembre o que o rato porteiro disse: alimente sua cabeça).

Um comentário:

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